Antropofagia
A tela Abaporu, pintura que desencadeou o Movimento Antropofágico, como a culminância do processo diferenciado da Modernidade Brasileira. Resultante da liberdade de emanação do imaginário, da subjetividade aberta que a pintura de Tarsila encarnava e mesmo liderava, as pinturas desta época estabelecem relações deste movimento da Antropofagia com o surrealismo histórico, sendo entendida por Breton como uma emanação do surrealismo eterno, tão aflorante na América Latina.
Movimento Antropofágico
Em 1928, há dois anos casada com Oswald de Andrade, a união Tarsiwald produz ousadias. Ela decide dar ao marido um inusitado presente de aniversário: pintar um quadro “que assustasse o Oswald, uma coisa que ele não esperasse”. Nasce então o Abaporu, figura monstruosa de cabeça pequena, braço fino e pernas enormes, tendo ao lado um cactus cuja flor dá a impressão de ser um sol. Ao ver tal imagem, Oswald realmente se assusta. Acha a composição extraordinária, selvagem: “Uma coisa do mato”.
O poeta Raul Bopp, chamado a ver a proeza, concorda com a avaliação. Tarsila foi na esteira e resolveu dar um nome também selvagem ao quadro: Abaporu, palavra que em língua indígena significa “antropófago; homem que come carne humana”. A partir dessa obra – até hoje a mais valiosa da arte brasileira - se constitui a fase dita por isso mesmo antropofágica de Tarsila. Oswald elabora o Movimento Antropofágico, com direito a manifesto e à Revista de Antropofagia. A pintura de Tarsila cresce. As formas volumosas, as cores exuberantes, um quê de Brasil autêntico desafiando tudo o que se via na pintura de então. O movimento antropofágico brasileiro tinha por objetivo a deglutição da cultura do outro externo, como a norte americana e européia e do outro interno, a cultura dos ameríndios, dos afrodescendentes, dos eurodescendentes, dos descendentes de orientais, ou seja, não se deve negar a cultura estrangeira, mas ela não deve ser imitada. Foi certamente um dos marcos do modernismo brasileiro.
O poeta Raul Bopp, chamado a ver a proeza, concorda com a avaliação. Tarsila foi na esteira e resolveu dar um nome também selvagem ao quadro: Abaporu, palavra que em língua indígena significa “antropófago; homem que come carne humana”. A partir dessa obra – até hoje a mais valiosa da arte brasileira - se constitui a fase dita por isso mesmo antropofágica de Tarsila. Oswald elabora o Movimento Antropofágico, com direito a manifesto e à Revista de Antropofagia. A pintura de Tarsila cresce. As formas volumosas, as cores exuberantes, um quê de Brasil autêntico desafiando tudo o que se via na pintura de então. O movimento antropofágico brasileiro tinha por objetivo a deglutição da cultura do outro externo, como a norte americana e européia e do outro interno, a cultura dos ameríndios, dos afrodescendentes, dos eurodescendentes, dos descendentes de orientais, ou seja, não se deve negar a cultura estrangeira, mas ela não deve ser imitada. Foi certamente um dos marcos do modernismo brasileiro.
Raquel Muniz - Nº 14
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